quarta-feira, 27 de abril de 2011

O pássaro que me visita vem e vai quase todos os dias.

Penso no amor, no seu caminho, e como é fácil perdê-lo. Um desvio, um rumo errado numa encruzilhada e a gente o perde de vista, e se distancia até não vê-lo mais.
Eu penso que não tenho qualquer raiva - disse em dúvida, como se eu pudesse ter alguma e esquecido a seu respeito.
Foi com uma sensação de imensa passagem do tempo que amanheci para o dia - E algo tinha acontecido há muito tempo, meses, anos...
Foi tão surpreendente e aconteceu com tanta rapidez que pareceu-me uma cena de cinema antes que algo da vida real.
Eu estava pedindo a ele uma confissão.
Mas não de um crime qualquer que ele tivesse cometido.


Não, eu queria algo muito mais perturbador, muito mais doloroso.
Queria que ele revelasse a dor interior que o fizera magoar-me.
Queria ter, silenciosamente, descruzado os braços e estendido as mãos.
Mas em vez disso, assustada, eu escrevi.

Mas confesso que sinto uma qualquer inveja dessas pessoas imunes,
que sabem bem como não colocar o coração em tudo.

Acho que o passado finalmente encontrou seu lugar de repouso para mim.


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