terça-feira, 28 de junho de 2022

 

“A paixão cria dependência; o amor cria reciprocidade.” por Mario Sergio Cortella


Às vezes me perguntam se eu acredito em amor à primeira vista e eu digo que jamais. Eu só acredito em paixão à primeira vista, porque o amor é a paixão domada, é a paixão acalmada, já a paixão é fogo, um momento, um incêndio. A paixão é aquilo que nos captura, tonteia e perturba, fazendo-nos entrar em uma relação de dependência. A paixão cria dependência; o amor cria reciprocidade.

Quando me perguntam se eu tenho paixão pelos livros, eu digo que já tive, mas que hoje tenho amor por eles. A paixão nos faz perder a racionalidade, pois ela é a suspensão temporária do juízo. Quando estamos apaixonados por um projeto, uma pessoa ou uma ideia, perdemos a noção de tempo e de lugar. Certa vez, eu voltava para minha casa na cidade de São Paulo, às 23h30min, e, a uns três quarteirões da minha casa num táxi, parei numa esquina onde havia um casal composto por uma menina e um menino, ambos com cerca de dezesseis anos, e eles estavam se beijando de forma muito intensa. Naquele momento, eles tinham uma paixão estupenda a ponto de abstraírem o lugar, o horário e tudo a sua volta, e isso é a suspensão temporária do juízo, ou seja, perdemos a racionalidade na paixão.

Sem a paixão, a vida não acontece, pois é ela que dá partida, que incendeia o ponto de início. No entanto, a energia contínua da paixão nos desgasta e consome. Quando a paixão é acalmada, se transforma em amor. Eu já fui apaixonado por minha esposa e, hoje, a amo. Claro que, em determinados momentos, revivemos momentos da paixão, mas não é a mesma paixão do início de nosso relacionamento – se fosse, após três meses, teríamos perecido.


Quando apaixonados, a ideia de tempo se altera. Por exemplo, se marcamos de nos encontrar com a pessoa por quem estamos apaixonados, o horário do encontro parece nunca chegar, e, no momento em que chega, ele transcorre em uma velocidade imensa.

Uma relação de amor é uma relação de afeto e de cuidado recíprocos que teve, sim, a paixão como ponto de partida. No início da vida de nossos filhos e netos, temos uma paixão tão grande por eles que queremos degluti-los, mas, aos poucos, esse fogo se abranda, transformando-se em amor. Isso vale para negócios, casas, bem como para tudo o que amamos.

Transcrição feita e adaptada pelo Provocações Filosóficas da vídeo: Mario Sergio Cortella no #Fliaraxá 2016 #SempreUmPapo

quarta-feira, 15 de junho de 2022

 



Mais uma vez você mudou
E a gente nem se fala mais Da outra vez, você jurou Que o que passou ficou pra trás Eu avisei que era melhor Esquecer e só viver em paz Cadê você? Que deu um nó Cria os sonhos e depois desfaz Mas te confesso que um beijo Já me desperta, o desejo do que a gente faz Mas, se for pra ser desse jeito Sem compromisso eu respeito Mas não quero mais Eu não quero mais Te amar demais, me entregar demais Pra você dizer que tanto faz Não quero mais... Eu não quero mais, Te amar demais, pra sofrer demais Por alguém que diz que tanto faz Não quero mais... Eu tô aqui, só a dois passos de você Você tá aí, a dez mil milhas pra entender Pra decidir, se vai fugir ou vai querer Eu tô aqui, a um passo de te esquecer Você tá aí, a um segundo de ver que eu sou capaz De dizer não quero mais Eu não quero mais Te amar demais Me entregar demais Pra você dizer que tanto faz Não quero mais... Eu não quero mais te amar demais Pra sofrer demais Por alguém que diz,que tanto faz... Não quero mais...
Não quero mais ( Ludmilla)