sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O pior e mais feliz casal do mundo

A gente tem tudo pra dar errado. Absolutamente tudo. Em uma lista de compatibilidade com todas as pessoas que você já ficou, eu ficaria atrás de bêbados que você ficou só uma vez e ex-presidiários que você pode ter ficado em uma noitada sem saber do passado deles. E a recíproca é verdadeira. A gente tem tudo e mais um pouco pra dar errado. Somos dois grossos, irritadiços, queremos estar sempre certos, perdemos a cabeça com facilidade, somos impulsivos, somos ciumentos (eu sempre fui, você ficou agora), nos ofendemos com facilidade, e isso tudo foi só o que eu lembrei de cabeça agora à uma da manhã.
Tudo o que a gente se dá bem nas brincadeiras, em gostos e hobbies, a gente se dá mal quando brigamos e discutimos. Em poucos meses juntos nós já brigamos mais do que já brigamos com todos os nossos ex juntos – e olha que eu já tive nove ex-namoradas, três bem brigonas. Sua impulsividade te faz terminar a conversa, sair de perto e seu orgulho não te deixa me procurar de novo, me dando a impressão de que, se eu não te procurar, nunca mais vamos nos falar. Minha impulsividade faz não querer te ver nunca mais às vezes, quando brigamos, mas a minha falta de orgulho obtida com a idade faz com que essa vontade dure muito pouco, e logo eu me arrependo das bobagens que eu falo e te ligo. Você sempre atende disposta a esquecer tudo, sem o rancor que é uma das minhas maiores caraterísticas.
Nós não somos um casal de novela, que tem tudo em comum e não briga nunca. Nós não somos como os namorados das suas amigas, que parecem irmãos de tanto que se dão bem. Nós não somos assim. Nós temos tudo pra dar errado, as apostas contra a gente devem pagar mais do que uma luta minha contra o Anderson Silva. Mas nós não vamos dar errado. Porque nós não vamos deixar. Eu já briguei muito mais que isso por pessoas que eu sabia que não valeriam a pena – e não valeram, no fim. Eu já briguei muito mais que isso pra tentar resolver problemas que não tinham solução. Eu já engoli meu orgulho por pessoas que me amavam e se preocupavam comigo muito menos do que você me ama e se preocupa. Por isso a gente não vai dar errado. Porque nós não vamos deixar.
Eu vou tentar até não poder mais. Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci, de várias maneiras diferentes. Ninguém nunca me tratou tão bem e me amou tanto quanto você me trata e me ama. Ninguém nunca pareceu ter tanta vontade de me agradar e me fazer feliz como você. E é por isso que nós vamos dar certo. Nós só não vamos dar certo se você não quiser. Aí eu tiro meu time de campo e só tenho que torcer para que você seja infeliz, miserável e solitária sem mim, até perceber que me quer de volta. E se não perceber, torcer para que você seja feliz sem mim. Um pouquinho só, mas feliz. Mas nós vamos dar certo exatamente por isso: nós dois somos muito mais legais e felizes juntos. Sem mim, você não é tão engraçada e é muito mais enfezadinha e briguenta. Sem você eu sou muito mais chato, ranzinza e menos calmo e tranquilo. Nós podemos até ser o pior casal do mundo, mas nós vamos ser o pior casal mais feliz do mundo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O querer de um amor verdadeiro

Hoje, queria lembrar como seria amar genuinamente. Como seria dividir a coberta e os olhares no silêncio de um beijo de alma vibrante. Sem os orgulhos que nos envolvem, sem as fotos que nos insistem, sem a felicidade constante que nos cobram. Queria, pelo menos um pouco, fugir desse planeta que tudo sabe, e, viver no segredo e na emoção de um amor sincero.
Viver as fases inéditas da vida, mas sem perder a presença de quem me ilumina. Caminhar sozinho, mas ver naquele céu de imensidão a certeza do esperar de alguém. Ter a companhia de quem se ama; num infinito totalmente nosso e repleto de estrelas que alimentam o sossego dos nossos corações.
Deitado à lua, deixaria meus vazios de lado e ficaria rente ao sussurro das palavras-sorrisos que trocaríamos. Me deixaria ser desvendado, me deixaria amar e ser amado, me deixaria viver, para nunca me arrepender daquilo que um dia não fui.
Não tenho sonhos incabíveis, almejo pouco, mas, sincero. Seja o beijo ou a vontade de dividir os anseios e lençóis. Nesse meu íntimo, confesso, que aquele abraço de despedida está doendo até hoje. A duras penas, aprendi como num minuto cabem horas de amor e sofrimento. Francamente, espero que passe, pois, hoje a solidão já virou de estimação.
Fred Elboni

O amor não é justo. O amor nunca foi justo.

O amor é aquele carinha da sua escola, da primeira série, que te xingava de um milhão de palavrões infantis só porque você tinha os dentes da frente abertos. O amor é aquela caixa de morangos que parecem estar maravilhosos e, quando você abre, descobre que todos os que estavam no fundo estão podres. O amor é aquela seção de calças de cintura alta perfeitas, tamanho 32, que não cabem nem mesmo em modelos.
O amor não é justo. E, talvez, o problema resida não no sentimento em si, e sim no timing. Duas pessoas, quando se encontram, têm a possibilidade mínima de se encontrarem no mesmo estágio de vida. Não importa se você é magra, loira e tem os olhos azuis, se o cara não tá a fim de namorar agora. Não importa quantos gominhos você tenha na sua barriga malhadíssima, se o outro te acha um saco. Conheci muita gente e me apaixonei por cada uma delas - paixão é sim, uma forma mínima de amar, por menor que seja. Conheci gente demais em tempos errados demais. Hoje, percebo o quanto estive errado em cultivar mais expectativas do que a mim mesmo. Descobrir-se é a primeira etapa do processo "amar": amar a si mesmo. Amar quem você é, na essência. Decidi aos nove anos de idade que iria ser publicitário. Hoje, percebo o quanto me envergo em caminhos diferentes e alternativos, por poder, livremente, ser o que sou. Cada um de nós deveria, antes de tudo, descobrir-se. Abrir-se ao mundo. Há muito a ser explorado, tanto em sua alma, quanto em seu corpo, quanto em seu bairro - imagina o quanto pode haver no mundo inteiro, então. E, o amor (ok, papo de auto-ajuda, mas que jamais deixará de ser verdade) só é possível quando descobrimos que o outro está ali para somar, e não completar. Não podemos enxergar no outro qualidades que sentimos não existir em nós mesmos - o que cheira a inveja - e muito menos esperar que o outro nos trate como uma mãe ou um pai. Carência demais é doença. Agarrar a primeira coisa que se vê só mostra o quão fraco e necessitado você se torna a cada segundo em que está sozinho. Desejar a companhia de alguém é uma coisa; imaginar o outro como um escravo particular para curar suas inseguranças é outra.
E é por isso, e por tudo que ainda posso ser, que descobri - e, por mais incrível que possa parecer, me apaixonei por esta possibilidade - que não estou pronto para amar. Não estou pronto porque ainda tenho muito a fazer - conhecer o mundo é só o primeiro passo. Sair da sua zona de conforto te traz tanta, mas tanta lucidez que voltar para a caverna torna-se impossível - obrigado, Platão. Construo-me com passos leves, calmos e muito - mas muito mesmo - despreocupados. E acho que esse é o melhor conselho que poderei dar a alguém, quando me perguntarem sobre felicidade.
Vá ser feliz com você mesmo. A única coisa que te merece é o mundo - não somos prêmios particulares, nem bônus de celular, nem números da Telesena. Somos indivíduos que, querendo ou não, doendo ou não, nascemos e morremos sozinhos. Encontrar alguém que, ao invés de nos roubar, queira nos acompanhar nessa jornada, é sua árdua missão particular - recebe-se o que se é refletido. Se atrás de você só tem gente louca, quem está de ponta-cabeça é você (nota particular). Descubra-se. Valorize-se em todos os seus trejeitos. Use algo mais curto (ou mais comprido). Dance. Viaje. E, quando, por poesia - por descuido não, por favor! -, alguém queira ficar, que seja para acrescentar.
Porque o amor não é justo. Mas ele há de acontecer, um dia.

LUIZ MENEZES


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sonhando com um amor que não existe.

Talvez eu não mereça amar. Mas todos merecem. Dizem por aí. Então talvez eu não saiba amar. Mas todos já nascem sabendo. Dizem por lá. Já sei, então talvez eu não saiba descobrir o amor entre as paixões que me passam sorrindo. É isso. Sorrisos lindos já me deram bom dia, mas, nem sempre dei oportunidade deles me darem boa noite. Talvez por medo, receio de um amanhã farto de mais do mesmo, ou por achar que, por mais gostoso que esteja, ainda falte algo. Mas será que falta?
Minha vida é ilusão e filme. Choro e riso. Medo e vontade. Dúvida e sonho. Confesso que volta e meia me perco em amores que não existem. A vida nos guia, as concessões são necessárias, o dia a dia cria os amores e desafetos, as perfeições são utopia, todos sabem, mas, hoje, é exatamente isso que eu quero: sonhar com um amor que não existe.
Diferente de idealizar, sonhar é gostoso e saudável. Qual seria a graça da minha infância se eu não sonhasse em ser astronauta, ou, se eu não pudesse lutar contra os dragões de duas cabeças que insistiam em querer roubar meu sucrilhos? Sonhos não geram frustrações, expectativas geram frustrações.
Deixar o coração descontrolado é uma delícia! Mas, procurar o amor é, vezes, procurar a dor. A dor e o amor se escondem num baú de sentimentos, um ao ladinho do outro. E quando vamos apanha-los não sabemos o que estamos tateando. Pois, nesse baú de sentimentos, as escolhas só podem ser feitas de olhos fechados. Os sentimentos não permitem que sejam vistos e escolhidos pelo crivo do olhar, mas somente pelo sentir do coração. A surpresa é eterna, mas que tenhamos sorte nas escolhas. Independentemente do que agarrarmos, espero que os amores façam sorriso das dores, e as dores façam querermos amar mais. Por mais difícil que seja.
Hoje, pra mim, o amor dói. Já amanhã, espero que seja somente uma dor que passou, um sorriso que ficou e um beijo que insiste em me acordar.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Olha, eu penso em você de vez em quando. E isso não é nenhuma confissão inimaginável. Não dá pra dizer que os teus olhos pretos e brilhantes feito duas faíscas nunca me fizeram querer voar pra perto de você. Não dá pra dizer que eu nunca quis a tua barba na minha nuca sem parecer mentira.
Na verdade, de vez em quando é bondade minha. Eu penso quase sempre. No som da sua risada e no cheiro que a sua pele deve ter depois que você se veste.
Você é aquilo que nunca vai ser. Tem coisas que foram feitas para não ser, sabe? Fica quietinho aí. Só sorri de vez em quando pra mim e escreve umas coisas que me façam pensar em você e te querer por perto, que o querer é quase sempre mais gostoso que o conquistar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015




Sei que é frustrante, eu gostei muito dele, mas eu sei que nunca vamos ter nada além do que tivemos.
É por esse e outros motivos que EU NÃO COLOQUEI UM PONTO FINAL no pequeno parágrafo que ele tem me proporcionado, porque no fundo eu tinha esperança de que um dia esse parágrafo viesse a aumentar.
Ninguém me avisou que era mais facil gostar de alguém que já gosta da gente....porque amar sozinha é um tédio!
Mas como diz na canção ...porque eu sei que é amor.... eu não peço nada em troca ....

A nossa aliança não esta no dedo.

Não é no anelar, mas é na ponta dos dedos a nossa aliança. Ali está a sensibilidade, ali está a energia que faz de nós vulcão e brisa de mar. Nossa aliança é a sabedoria de decidir a intensidade do toque, a reciprocidade da intenção. É o tato da barriga do outro nas costas quando nos juntamos para dormir, mesmo que essa posição dura menos de dois minutos.
Nossa aliança é a certeza de que não precisamos um do outro, mas nos queremos acima de qualquer coisa.

Frederico Elboni