quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O homem por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída, enquanto uma garotinha se aproximava da loja, ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Os seus olhos da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis.


- É para minha irmã. Você pode fazer um pacote bem bonito?


O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:


- Quanto dinheiro você tem?


Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, e feliz disse:


- Isto dá, não dá? (Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.)

- Sabe, continuou, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. Hoje é aniversário dela e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela.


- O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.


- Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado.


Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:


- Este colar foi comprado aqui?


- Sim senhora.


- E quanto custou?


- Ah! Falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês.


- A moça continuou: - Mas minha irmã somente tinha algumas moedas. E esse colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele.


O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.


- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha!


O silêncio encheu a pequena loja, e lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos tomavam o embrulho. Ela retornava ao lar emocionada...



(Autor desconhecido)

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