segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Deletar o Amor

Uma noite qualquer, de uma data qualquer...
Estes momentos estão fora do tempo!
Há um amor para deletar do coração,protocolar no arquivo morto na história da vida.
Retiramos do baú todas as cartas de amor,os bilhetinhos apressados,os poemas enamorados.
Há uma necessidade quase mórbida de voltar a um tempo onde estão guardadostodas os sonhos, esperanças, alegriasos momentos de enlevo e de entregas de amor.
A dor nos pede urgência em apagaros vestígios palpáveis e visíveis desse amor,na ilusão de que ao deletarmos palavras,junto com elas irão as lembrançase as saudades, feitas lágrimas secasexaurindo a alma e o espírito da vida.
Rasgamos papéis, deletamos e-mails,desfazemo-nos de todas as lembranças materiaise visíveis do sonho que morreu, aos poucos,- nem percebemos quando começou a morrer! -enganando-nos a nós mesmos,no pensamento de que junto com elesirão todos os tesouros de amor guardados no coração.
Quanta ilusão!
Rasgamos cartas e bilhetes, desfazemo-nos dos presentes trocados,simbolicamente resgatando do peitoo amor plantado firmemente no solo do coração.
Apagar um amor que fez morada no fundo da alma é como navegar por um rio sem fim.
Águas da vida que adentram a eternidade.
Talvez um dia - quem sabe! - o barco do tempoleve o amor para o outro lado do rio...

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