Não há strip-tease mais íntimo do que aquele em que você, exibindo suas sardas e marcas de espinhas, usando moletom, meias e seus enormes óculos de leitura, consegue olhar no fundo dos olhos daquele cara, sem qualquer pudor.
Não há strip-tease mais íntimo do que aquele em que você se sente à vontade para mostrar quem você é de verdade e falar o que você pensa e sente de verdade. Aquele em que, com a mesma leveza que tem para tirar cada peça de roupa diante do outro, você consegue tirar cada peça da máscara que usa diante da sociedade.
E começa o show…
- O olhar dele, nesta noite, não é de tesão como em noites anteriores. É de admiração, de respeito, quem sabe até de amor. E a relação dos dois, neste momento, deixa de ser um ensaio. Passa a ser real, passa a ser pra valer. Deixam de ser pessoas fragmentadas – tornam-se dois inteiros.
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