quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Strip-tease mais íntimo de todos.


Nesta noite, nada de meia-luz, música, velas, pétalas; nada de cinta-liga, salto alto, maquiagem, manobras sexuais; nada de jogo de sedução, nem de sedução propriamente dita. Nesta noite, apenas duas pessoas, exatamente como elas são. Não há nada mais íntimo que isso.
Não há strip-tease mais íntimo do que aquele em que você, exibindo suas sardas e marcas de espinhas, usando moletom, meias e seus enormes óculos de leitura, consegue olhar no fundo dos olhos daquele cara, sem qualquer pudor.
Não há strip-tease mais íntimo do que aquele em que você se sente à vontade para mostrar quem você é de verdade e falar o que você pensa e sente de verdade. Aquele em que, com a mesma leveza que tem para tirar cada peça de roupa diante do outro, você consegue tirar cada peça da máscara que usa diante da sociedade.
E começa o show…


- O olhar dele, nesta noite, não é de tesão como em noites anteriores.                   É de admiração, de respeito, quem sabe até de amor. E a relação dos dois, neste momento, deixa de ser um ensaio. Passa a ser real, passa a ser pra valer. Deixam de ser pessoas fragmentadas – tornam-se dois inteiros.
Tirar o sutiã e a calcinha é o de menos. O grande strip-tease é se livrar das máscaras.

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