terça-feira, 5 de outubro de 2010

(...) não conhecia mais do que o nome, e aceitava sem resistência os preconceitos que os envolviam; como agiam e como se davam uns com os outros.
Tudo o que me era distante me atraía, e aquilo que podia ser alcançado em apenas meia hora, mas ficava na direção oposta, era como o outro lado da Lua, invisível e inexistente. A gente pensa que se abre para o mundo, e paga por isso com cegueira para aquilo que fica próximo. É inconcebível a arrogância com que se decide o que nos importa e o que não.

Elias Canetti, em A língua absolvida.

Nenhum comentário: